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QUEM TRAIRÁ QUEM?

O cerco ao Presidente da Câmara vai apertando. O PSOL e a Rede Sustentabilidade protocolaram no dia 13, no Conselho de Ética da Câmara uma representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. Foram 46 parlamentares, sendo 32 do PT. Na semana passada foi divulgada uma nota pedindo o afastamento de Cunha, assinada pelos seguintes partidos: PSDB, DEM, PPS, PSB e SD. “Uma nota para satisfazer as bases eleitorais”.

Cunha reage: “Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte, vocês me derrubam”. Hoje ele pode contar com o PMDB e parte do PT, caso o acordo com o Palácio do Planalto for de fato fechado.

Com a decisão – mesmo que preliminar – do STF de que cabe ao presidente da Câmara aceitar ou rejeitar um pedido de impedimento, a manobra de parte da oposição (PSDB, DEM, PPS, PSB e SD) cai por terra. A leitura do cenário por parte de Cunha e do governo faz todo o sentido; se aceitar o pedido de impedimento da Presidente, no dia seguinte cairá – não terá mais a menor utilidade para a oposição.

Fica aberta a janela de negociação com o governo. Será uma semana de intensa movimentação em torno do que é possível negociar e depois de fato entregar. É bom lembrar que as denúncias contra Eduardo Cunha têm origem em fatos ligados à corrupção na Petrobras, dentro do governo petista, ou seja, ambos têm experiência de juntos negociar. No entanto, dado as correlações de força hoje existentes, tanto para o governo quanto para o Presidente da Câmara, vai ser muito difícil ter algo concreto em torno do qual se possa negociar, será mais difícil ainda entregar o que foi negociado.

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