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AS DOMÉSTICAS BRASILEIRAS

28-04-2015
Postado por admin em Innovare

A Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de São Paulo, da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e do Dieese, mostra que houve pelo segundo ano consecutivo redução na parcela de empregadas domésticas, alcançando, em 2014, 13,7% do total de mulheres ocupadas. Houve ainda aumento no número de mensalistas e diaristas com carteira de trabalho assinada e diminuição no número de mensalistas sem carteira. Já o rendimento médio real por hora teve aumento consecutivo nos últimos 10 anos, e elevou-se para mensalistas sem carteira e diaristas, cuja maior parte não contribui para a Previdência Social. Além disso, a maior parte das domésticas reside na periferia e cumpre longos trajetos para o trabalho.

A parcela de mulheres empregadas domésticas caiu pelo segundo ano consecutivo, após ter apresentado estabilidade entre 2011 e 2012, alcançando, em 2014, 13,7% do total de ocupadas, a menor proporção já registrada na série da pesquisa, iniciada em 1985.

Houve redução entre as empregadas domésticas que dormem na residência em que trabalham: em 1992 elas representavam quase um quarto (22,8%) do total, porcentual que diminuiu para cerca de 2% em 2014.

A proporção de negras no emprego doméstico aumentou: em 2014, correspondiam a 52,6% do total. Em 2000, eram 49,1%, passando para 50,9%, em 2012, e 51,4%, em 2013.

Em relação à idade das trabalhadoras, em 2007, elas eram principalmente jovens e adultas de até 39 anos (50,3%). Já em 2013, esse grupo etário passou a representar 36,3% e, em 2014, observa-se decréscimo, passando para 32,6%, com o consequente aumento das faixas de maior idade. Entre 2012 e 2013, a participação das trabalhadoras domésticas de 16 a 24 anos diminuiu de 4,7% para 4,2%, sendo que, em 2014, não foi possível informar a porcentagem em função do pequeno número de casos identificados pela pesquisa. Entre os motivos estão o fato de as jovens apresentarem maior nível de escolaridade, o que permite que busquem alternativas de ocupação, ou exigências das famílias empregadoras, que preferem pessoas mais experientes.

A pesquisa mostra aumento da formalização das contratações. Houve não só maior concentração de mensalistas com carteira de trabalho assinada, como também seu crescimento: em 2014, 40,9% encontravam-se nessa situação, contra 38,6%, em 2013, e 31,4%, em 2003. Houve também ampliação da participação de diaristas, alcançando 38,7% do total, em 2014. Já o contingente sem carteira diminuiu de 23,3% para 20,3%, entre 2013 e 2014, menos da metade da proporção observada em 2003.

Ainda que a jornada de trabalho tenha aumentado em uma hora para as empregadas domésticas com carteira de trabalho assinada, a pesquisa mostra diminuição da parcela das que trabalhavam acima de 44 horas: em 2009 eram 38,8%, passando para 22,2% em 2014, praticamente o mesmo porcentual registrado no ano anterior (22,3%). Entre as diaristas, a maior parcela trabalha até 20 horas, embora de maneira decrescente: 50,7%, em 2009, 42,6%, em 2013, e 40,7%, em 2014.

O rendimento médio real por hora do total de empregadas domésticas registrou expansão consecutiva nos últimos 10 anos. Em 2014, ele permaneceu relativamente estável para as mensalistas com carteira de trabalho assinada (+0,5%). Porém, ele aumentou para as diaristas (6,3%) e, principalmente, entre as mensalistas sem carteira (14,1%). Esses rendimentos passaram a equivaler R$6,59, R$8,56 e R$5,59, respectivamente.

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