Blog

Temas atuais e infográficos exclusivos

INFORMAÇÃO + CONHECIMENTO

Compartilhe

ANALISANDO AS ELEIÇÕES 2014 #04: SÍNDROME DA COMBUSTÃO PARTIDÁRIA ESPONTÂNEA

09-05-2014
Postado por Milton Marques em Palavrizar

Você está acompanhando aqui no Blog da Innovare uma série especial: ANALISANDO AS ELEIÇÕES 2014. Nosso consultor Milton Marques publica aqui suas análises sobre o cenário da disputa presidencial desse ano. Confira abaixo o quarto texto dessa série e não se esqueça de se inscrever na barra à direita para não perder nenhuma postagem do Blog da Innovare!

ANALISANDO AS ELEIÇÕES 2014 #04: SÍNDROME DA COMBUSTÃO PARTIDÁRIA ESPONTÂNEA

As constantes publicações de escândalos envolvendo membros do PT podem comprometer a candidatura Dilma?

A resposta é simples: Sim, e muito.

A imprensa e alguns analistas têm chamado a atenção para a capacidade que o PT tem de “gerar fogo amigo”. Discordo. O fogo amigo é um incidente, é ocasional, um erro, e não uma ação constante. O que temos visto nos últimos anos, pela frequência e duração, é um fenômeno de outra natureza.

Ao que tudo indica, o PT padece de uma “síndrome da combustão partidária espontânea” – imagem tomada de empréstimo do mito da combustão humana espontânea, segundo o qual um ser humano é capaz de gerar internamente tanto calor, que acaba se incinerando.

A cada nova publicação de um escândalo, sofre a imagem do partido e da candidatura Dilma. A relação entre queda de popularidade e frequência de noticiário negativo já foi amplamente discutida, inclusive em outros textos neste blog. Estamos diante de um fato: se o partido e o governo não conseguirem mudar a pauta dos noticiários, reduzindo o grau de exposição negativa de ambos, a eleição de 2014 pode tomar outros rumos.

De nada adiantam as acusações de que a grande mídia faz oposição ao partido e ao governo. Mesmo considerando essa tendência como uma realidade, quem abastece o noticiário negativo é o próprio partido e o governo. E o combustível não foi pouco; pelo que tudo indica, teremos mais gasolina para os próximos meses, seja pela realização da CPI da Petrobras, pelos fracos indicadores da economia, pelas crises setoriais já conhecidas ou por novas “surpresas” que podem aparecer no caminho. O PT e a candidata Dilma terão de fazer uma campanha sob fogo intenso dos concorrentes e de seus próprios aliados e filiados. Será um novo cenário eleitoral para o partido.

O momento não é bom para a candidatura Dilma nem para o PT. Para alguns, ele é tão grave, que estaria marcando o fim do Lulismo e do partido. Em minha opinião, o PT, ao ter desenhado um projeto de governo e poder, por meio de uma ampla e complexa rede de cooptação, criou, para o longo prazo, o “germe de sua destruição”, mas, para que isso aconteça, será necessário muito tempo e muito esforço da oposição. O governo e o partido possuem um forte e organizado sistema de enraizamento na sociedade e nas estruturas de poder.

Mesmo diante de um cenário tão negativo, o Lulismo e o PT serão, mesmo perdendo as eleições, duas grandes forças políticas.

Próxima pergunta: existem grandes diferenças entre os resultados publicados pelos diversos institutos de pesquisa?

Comentários:

Nuvem de Tags

Arquivo

Confira postagens antigas:

FEED

Cadastre seu e-mail e receba as postagens do blog