Das pinturas rupestres feitas há milhares de anos em cavernas ao redor do mundo, até os atuais vídeos virais que conquistam milhares de acessos na Web, notamos o quanto o ser humano procura meios para registrar e contar aos outros tudo aquilo que vê, ouve e faz. Desenhar nas paredes rochosas de uma caverna usando como tinta o excremento de morcegos, ou filmar cenas triviais e postar no YouTube tem diferença? Sim: a mídia utilizada. Apenas isso. A motivação, o registro, a propagação da ideia nasce hoje como nascia nos primórdios da humanidade – do desejo do homem de se comunicar. E esse desejo tem permanecido o mesmo ou até crescido com o incremento da tecnologia. Com o nascimento de novas mídias, mais e mais pessoas se preocupam em saber o que ele/ela disse, o que fulano vestiu, o que sicrano fez, conheceu ou viu. Os bisões outrora pintados nas paredes rochosas cederam lugar a uma fauna vasta e crescente. Registra-se absolutamente tudo e com uma voracidade sem limites. De acordo com o YouTube, o site recebe aproximadamente 48 horas de vídeos a cada minuto do dia. Você imagina o que isso significa? Que todas as cavernas e rochas do mundo estão pintadas com ações humanas.
Com tantos registros imagéticos sendo produzidos a cada minuto, por que é que alguns deles se tornam hits e caem no gosto popular, enquanto outros são mergulhados nos porões do esquecimento virtual? Segundo especialistas, um vídeo só se torna viral quando atiça e chega na hora certa. E isso merece outras perguntas: como atiçar e qual é exatamente a hora certa? Ninguém sabe dizer. Alguns arriscam: use um referente que publique o link, e isso fará um rastro de pólvora que multiplicará os acessos exponencialmente. Outros revelam: o segredo é um grupo sentir que fez uma descoberta e que poderá espalhar a novidade como um achado. Com isso, esses especialistas estão dizendo que um vídeo viral nunca poderia ser algo que traz mais do mesmo. Bisões pintados de diferentes cores não fariam sucesso nos dias atuais. Apenas novos animais teriam o poder de levar multidões a observar as paredes das cavernas. Se nos idos primitivos o homem compartilhava imagens dos animais que caçava e das ações que realizava, hoje ele procura registrar aquilo que parece diferente, mas que, na maioria das vezes, é absolutamente trivial, tão trivial, que arranca risos, suspiros e afeto. O combustível que torna um viral em um clássico instantâneo parece ser o mesmo de sempre: a vontade do homem de registrar e de compartilhar com os outros o seu dia, as suas ações, o seu pensamento, o seu sentimento. Os virais passam contaminando de uma a outra pessoa quase como epidemia, e no instante seguinte a epidemia já é outra imune a qualquer vacina ou elixir. São virais, eu diria – e me desculpem os especialistas em marketing viral –, apenas porque o homem continua precisando compartilhar, seja na parede da caverna, seja na telinha que cabe na palma de sua mão. Mudou a mídia, os homens são os mesmos.
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