*Margarete Schmidt, sócia da Innovare Pesquisa de Mercado e Opinião e gestora dos projetos qualitativos da empresa, é autora desse texto, exclusivo para o Sem Escala.
Houve uma época em que sequer era possível cogitar a ideia de se ter uma simples impressora em casa. A tal máquina era domínio de poucos, em especial de grandes instituições. Porém, desde o advento da primeira impressora até hoje, muita, mas muita coisa mudou. E não estou falando de qualidade de impressão. Esqueça a tinta sobre o papel e pense na impressão 3D. Isso mesmo, 3D. Pensou em holografia? Não se trata disso, trata-se da impressão de um objeto real e palpável.
A máquina já existe e funciona mais ou menos assim: a impressora, em vez de ser carregada com um cartucho de tinta, é carregada com polímero plástico, ou pó de nylon, ou cera, ou gesso, ou titânio, ou ainda fibra de carbono etc. Com esse tipo de carga, a impressora reproduz, em três dimensões, o modelo de objeto que você quiser. O objeto é formado lâmina a lâmina; a máquina vai liberando, por exemplo, camadas de plástico, uma sobre a outra, até que o objeto esteja todo impresso em 3D, absolutamente real.
Imagine que você perdeu a chave do seu carro, é noite, todos os serviços estão fechados e você precisa sair de casa com alguma urgência. Você acessa a internet, entra na página da montadora, faz o download da imagem da chave do veículo, salva o arquivo e manda sua impressora imprimir o objeto. Dentro de alguns minutos, eureka! A chave está impressa e pronta para o uso. Achou isso maluco?
Essa novidade está chegando ao mercado de maneira um pouco tímida, mas já nos impõe um forte questionamento. No caso dessas máquinas se popularizarem, será que a indústria de larga escala estará fadada ao ostracismo? Será que em vez de você ir até à loja para comprar uma xícara ou um garfo, você passará a imprimir esses objetos em casa? Será que em vez de comprar os óculos Rayban que serão o hit da estação você passará a comprar apenas o molde dos óculos, fazendo a impressão deles na cor e no dia em que desejar?
As dúvidas quanto ao uso e aplicabilidade irrestrita dessa novidade são muitas, mas já existem fortes indícios de que a relação de consumo poderá mudar, e muito. No lugar de comprar objetos, as pessoas poderão comprar ideias e moldes, imprimindo aquilo que desejarem, no momento em que desejarem e no material que preferirem. Do mesmo modo, a indústria da cópia tenderá a se alargar. Já existe à venda no mercado, o scanner 3D. Isso significa que você poderá “scannear” aquela cadeira do designer mais famoso do mundo e, em seguida, imprimi-la e tê-la em sua casa sem que ele jamais imagine tal feito e jamais possa processá-lo por plágio.
Bem, isso não é especulação. Isso é realidade. Hoje, já existem impressoras 3D vendidas no mercado a preços que variam de R$4.000,00 a R$200.000,00. De posse de uma impressora dessas e de um software do tipo “blender” ou do tipo “CAD” você poderá criar modelos e imprimi-los em casa. É claro que ainda parece mais lógico que você compre a sua xícara na lojinha da esquina, mas isso pode, muito em breve, mudar abruptamente. No novo cenário, o consumidor passará a comprar moldes e não mais objetos. Ele será o produtor daquilo que desejar ter em mãos. O prosumidor tomará o lugar do simples consumidor.
Pensando em aplicações mais palatáveis do 3D e que não predizem o fim da indústria de escala, verificamos que a maior tendência de uso dessa nova tecnologia pode se dar na produção de peças únicas, na impressão de réplicas de peças de cunho sentimental ou mesmo de objetos produzidos em baixa escala. De todo modo, essa inovação nos traz algumas provocações: a indústria terá que ser muito, muito criativa para passar a ganhar com a venda da modelagem e não mais com a venda do produto. O consumidor passará a ser cada vez mais produtor daquilo que quiser usar.
Caso você tenha achado tudo isso muito futurista, veja como se dá a aplicação da impressão 3D na medicina na apresentação abaixo:
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