A maioria dos pais cede à pressão dos filhos quando vai às compras, mesmo sabendo que o atendimento do pedido pode afetar o orçamento. Essa conduta foi detectada em 52% dos entrevistados em uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito e o portal Meu Bolso Feliz.
O estudo indica formas de “negociação” entre filhos e pais. Para 22% dos pais, o argumento mais difícil de negar uma compra é “se você me der isso, eu prometo fazer aquilo”. Em segundo lugar vem as chantagens emocionais como “todo mundo tem e só eu que não vou ter” e “meus amigos vão rir de mim se eu for o único que não tiver”, apurando que 16% dos entrevistados cedem para não se sentirem culpados.
Os produtos mais comprados para os filhos nos últimos três meses são eletrônicos, como jogos, celulares e notebooks, em seguida roupas, programas de passeio, calçados e brinquedos. Os pesquisadores ouviram 694 pessoas com mais de 18 anos, alfabetizadas, de todas as classes econômicas, nas 27 capitais.
Segundo Flávio Borges, gerente financeiro da SPC, 53% dos que foram ouvidos afirmam que nos últimos 90 dias compraram algo sem precisar. “Se os pais não tem acesso a essa educação financeira, eles não tem nem como incorporar esses atos no dia a dia e educar seus filhos”, afirma.
Além disso, 76% já ficaram inadimplentes, 74% não reservam uma parte dos ganhos mensais para poupança e 37% está pagando atualmente cinco ou mais parcelas ao mesmo tempo, entre compras parceladas no cartão de crédito, crediário, cheque pré-datado e empréstimos. A psicóloga Roseli Caldas considera que a maneira como a família lida com o dinheiro tem um efeito direto na maneira como a criança, jovem, vai lidar.
A psicóloga Maria Tereza explica que a criança aprende no convívio com os pais quais são os argumentos e até as chantagens mais eficientes que vão fazer com que seu desejo seja realizado. Além disso, a psicóloga avalia que o consumismo infantil é impulsionado pelo “bombardeio” de publicidade direcionado às crianças.
Em abril deste ano, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) divulgou a Resolução 163, que considera abusiva o direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança, “com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço”. No entanto, ainda há resistência das empresas de comunicação em acabar com a veiculação das propagandas.
Segundo a resolução, são consideradas abusivas as campanhas que utilizem: linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores, trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança, representação de criança, pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil, personagens ou apresentadores infantis, desenho animado ou de animação, bonecos ou similares, promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis ou com apelos ao público infantil, e promoção com competições ou jogos com apelo ao público infantil.
Em maio, o Ministério da Educação (MEC), elaborou uma Nota Técnica visando à implementação da resolução elaborada pelo Conanda em todas as unidades escolares das redes municipais e estaduais de ensino.
Uma das maiores motivações para isso é que, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada entre 2008 e 2009 pelo IBGE, 30% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos estão com peso acima do recomendado. Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana e integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), afirma que uma das causas da epidemia é a publicidade para crianças nos alimentos. O assédio dos fabricantes para fixar sua marca entre as crianças e fidelizar o consumo inclui merchandising em programas infantis, além de campanhas em escolas, como as com personagens conhecidos de cadeias de fast food. “Embora não estejam ali incitando as crianças a comer hambúrguer, eles e o produto que representam são reconhecidos”, diz Ekaterine.
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