Segundo Bauman (2001), viver na modernidade líquida implica em assumir responsabilidades e viver o momento, o instantâneo em seu tempo e espaço únicos. O imediatismo impera, o desejo urge. A identidade é singular, mas ela só pode ser satisfatória quando se adquire o objeto que todos têm. No mundo ocidental, o hábito do consumo parece ser o elemento que mais movimenta a humanidade. É preciso consumir para que haja emprego, é necessário ter para ser, é preciso descartar para que se consuma mais. De acordo com Montovani (2008), quanto mais você estimula o consumo, maior a necessidade do descarte. Os lixões estão abarrotados. Os rios viraram ponto de lançamento de rejeitos. Por toda a parte é possível enxergar os rastros humanos resultantes do hábito de consumo moderno.
O descarte, que nada mais é que o último estágio do consumo estudado pela teoria do comportamento do consumidor, ainda não se tornou um hábito sustentável e consciente. Antes de aprofundarmo-nos nesse tema, é válido passear pela literatura que trata do hábito. Segundo Verplanken et al. (1998), hábitos são funcionais para obtenção de determinados objetivos ou estados finais. As pessoas desenvolvem hábitos porque eles servem e fazem a vida mais fácil. Nos termos da tradição behaviorista, os hábitos são criados e mantidos sob a influência do reforço.
Considerando a teoria e tendo como foco o descarte, há que se pensar, por que não houve até o momento uma automatização (hábito) capaz de programar no homem um comportamento responsável e consciente de descarte? Os estudos de Verplanken et al.(2000) sinalizaram que 45% das nossas ações cotidianas são guiadas automaticamente, ou seja, são hábitos arraigados. Esses hábitos facilitam a vida dos seres humanos. Assim, quando se executa uma ação habitual não há dispêndio de energia. Não é preciso pensar. A automatização protege o ser humano poupando-o de gastos de energia mental. Descartar objetos em locais inadequados pode ser encarado como um hábito e, portanto, uma ação impensada e difícil de ser mudada. Esses mesmos autores sinalizaram a existência de dois caminhos para que os hábitos possam ser alterados, o primeiro seria resultante da convicção consciente do indivíduo. Certo de que seu hábito precisaria ser alterado, o indivíduo assumiria um caminho alternativo e fugiria da automatização corriqueira. A outra possibilidade para a extinção de um hábito adviria da alteração no contexto em que ele é executado, de forma que a manutenção do hábito passaria a ser difícil ou impossível.
Com base em tal teoria, podemos nos perguntar: como fazer para que o último estágio do consumo torne-se consciente e responsável? O que poderia mudar o contexto atual e quebrar a automatização que decora com muito lixo nossas ruas, rios e mares?
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