O brasileiro está pessimista quanto à economia do país e pretende conter gastos em 2015, segundo pesquisa promovida pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). 66% dos entrevistados avaliaram como “ruim” ou “péssima” a situação do Brasil, enquanto no ano passado 37% dos entrevistados tiveram a mesma avaliação. A Acrefi ouviu 1001 pessoa, de todas as regiões do Brasil. As entrevistas foram realizadas em dois períodos: o primeiro, no dia 24 de outubro de 2014 e o segundo entre os dias 24 de março e 2 de abril de 2015.
64% acham que as taxas de crescimento do país vão cair, contra 13% que acreditam em melhora. Em 2014, esses números eram 31% e 38%, respectivamente.
Entre os entrevistados, 85% disseram que pretendem economizar mais, enquanto 13% informaram que não mudarão o padrão de gastos e 2% disseram que devem gastar mais em 2015. As intenções de realizar um financiamento este ano também diminuíram em relação ao ano passado: em 2014, 61% dos entrevistados não estavam propensos a contratar um financiamento. Em 2015 esse número chegou a 76%, registrando um aumento de 15%. Além disso, 81% dos entrevistados acreditam que o desemprego vai aumentar nos próximos meses.
Na visão do presidente da Acrefi, Érico Ferreira a pesquisa revela ainda que a população divide a responsabilidade da crise entre o governo federal e o Congresso Nacional. São 61% que acreditam na responsabilidade do Congresso e 73% na responsabilidade do governo.
O presidente da Acrefi, Érico Ferreira acredita na recuperação da economia com as medidas do governo. “Acredito que essa recessão será relativamente curta, ao contrário de algumas na Europa, que duram anos. Essa é uma recessão de ajuste, e esperamos ter uma retomada o mais breve possível. O governo está tomando medidas, vamos crer que essa situação vai melhorar”.
Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi, segue o mesmo raciocínio. Para ele, a desconfiança da população vai diminuir ao longo do ano. “Estamos num ciclo de ajuste da economia. Existe um momento de incerteza e esperamos que se estabilize, mas hoje a insegurança é muito maior do que será em julho, agosto. É normal no ciclo econômico”.
Apesar desse quadro, a intenção de compra de bens de maior valor não diminuiu: o plano de financiar a compra de um carro se manteve estável, com 51% dos entrevistados declarando que podem adquirir um automóvel. “O automóvel é um bem utilitário e ainda é indispensável em um país continental, em que é preciso deslocar grandes distâncias. É um bem básico na lista de consumo”, analisou Tingas.
Para Ferreira, a intenção não tem se refletido no mercado. “Se a intenção é comprar um carro, na prática é diferente. Houve queda na compra de carros nos primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2014”.
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