A empresa de cosméticos Dove lançou, em abril último, um comercial que provava que as mulheres eram mais bonitas do que pensavam ser. A campanha baseava-se em um exercício feito pela marca e que reunia um grupo de mulheres e também um desenhista forense. As mulheres não tinham contato visual com o artista, mas embora separadas por uma parede, narravam ao artista suas características faciais e ele as desenhava, exatamente como faz quando recebe o retrato falado de um foragido da justiça. Na sequência, um estranho que havia mantido contato visual com a mulher retratada, passava pelo mesmo exercício de descrevê-la ao artista forense. O resultado dessa brincadeira evidenciou que as mulheres se retratavam como mais feias que os terceiros as retratavam. Conclusão da empresa de cosméticos Dove: você é mais bonita(o) que realmente pensa ser.
Mas, como no mundo entre publicidade e psicologia por vezes há um fosso, a revista Scientific American publicou um estudo jogando por terra a campanha da Dove. Nicholas Epley, da Universidade de Chicago e Erin Whitchurch, da Universidade de Virginia desenvolveram uma série de estudos, antes mesmo da campanha da Dove existir. Em tais estudos eles provam que vemos o mundo por meio de óculos com lentes cor de rosa. Na série de testes que fizeram esses psicólogos notaram que as pessoas se nomeiam como bons motoristas, quando terceiros dizem o contrário. Dizem ter melhor desempenho no trabalho em relação às avaliações que recebem de seus pares. Dizem ter saúde melhor do que realmente têm e até mesmo garantem ter excepcional performance sexual, quando seus parceiros dizem o oposto disso em relação a eles. Ou seja, esses estudos revelaram que as pessoas têm melhor avaliação de si mesmos que aquela que recebem dos outros.
Em tais pesquisas, para saberem como as pessoas se enxergam, esses cientistas convidaram um grupo de 170 pessoas para serem fotografadas. Em seguida, eles aplicaram photoshop em uma das fotos de cada uma das pessoas que haviam sido retratadas. Com pequenas correções, eles melhoraram a foto em relação à original. Algum tempo depois dessa sessão de fotos, o grupo foi convidado a avaliá-las para dizer qual seria sua foto original. E qual a surpresa? Todos apontaram a foto que fora trabalhada no photoshop como sendo a sua imagem original. Os cientistas fizeram uma contraprova: apresentaram a esse grupo algumas pessoas que eles desconheciam e em seguida lhes mostraram as fotos dessas pessoas que eles haviam acabado de conhecer. A surpresa foi que no caso das fotos desses desconhecidos, o grupo reconheceu como sendo a foto original aquela que não fora trabalhada em photoshop. Resultado: as pessoas se veem mais bonitas que realmente são, mas não veem os terceiros como mais bonitos que eles são.
Sim, de acordo com a revista Scientific American, a Dove mentiu, você não é mais bonito(a) que pensa ser. Isso é triste? Claro que é. Mas para ser sincera, eu ainda prefiro o estudo proposto pela Dove. Caso você queira relembrar como ele era, veja abaixo:
*Margarete Schmidt, sócia da Innovare Pesquisa de Mercado e Opinião e gestora dos projetos qualitativos da empresa, é autora desse texto, exclusivo para o Blog da Innovare.
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