Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas Projetos (FGV Projetos) com os gestores das principais cidades brasileiras aponta que o grande gargalo nas metrópoles são as questões do trânsito e do transporte público. O estudo foi feito por meio de um questionário estruturado, enviado aos representantes – principalmente secretários de planejamento e de urbanismo – das cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes. De um total de 133, somente 31 municípios responderam às perguntas. Desses, 19 eram capitais, mais o Distrito Federal.
Na pesquisa, metade dos entrevistados disse que as prefeituras não usam nenhum tipo de tecnologia. E aqueles que a utilizam, o fazem de forma tímida – 25% dos entrevistados disseram que publicam informações na internet, como tamanho da população, atividade financeira; outros 25% oferecem algum tipo de serviço, como consulta ao IPTU.
De acordo com o diretor adjunto da FGV Projetos, Carlos Augusto Costa, a mobilidade merece atenção dos gestores “levando em consideração que 30% dos percursos são feitos a pé no Brasil hoje. Por isso, tem que ter uma preocupação com as nossas calçadas, com a sinalização do trânsito voltada para o pedestre, com as faixas de pedestres e, depois disso, criar alternativas para que as pessoas deixem o carro em casa e se desloquem usando bicicleta, BRT, ônibus ou metrô”, disse Costa.
De acordo com a FGV Projetos, a pesquisa verificou que as soluções têm de ser efetuadas de forma mais rápida no país. “Precisamos avançar. O Brasil precisa correr para que a gente chegue, nos próximos anos, com a mobilidade urbana em um padrão que o cidadão brasileiro deseja e merece”, afirmou Costa.
Carlos Augusto Costa apontou que a tecnologia é uma aliada importante, pois pode ajudar o cidadão a definir qual o melhor trajeto, antes que ele saia de casa ou qual ônibus vai atrasar. “A tecnologia serve para gerar as ferramentas necessárias para a tomada de decisão mas, ao mesmo tempo, para tornar a cidade muito mais humana, mais próxima do cidadão. O que a gente diz é que a cidade inteligente cuida das pessoas, aprende com elas”.
A necessidade de tornar as cidades cada vez mais inteligentes ganha mais importância diante da previsão do Banco Mundial de que, até 2030, dois terços da população mundial vão viver em áreas urbanas.
De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados conhecem o conceito de cidades inteligentes (Smart Cities). Quando são considerados os secretários de planejamento e de urbanismo dos municípios, o percentual sobe para 78%. A pesquisa foi o ponto de partida para o caderno Cidades Inteligentes e Mobilidade Urbana, que a FGV Projetos lançou nesta semana durante o seminário Cidades Inteligentes: Financiamento, Governança e Planejamento – Smart Cities.
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