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EMPREENDEDORISMO BRASILEIRO NO EXTERIOR

14-08-2014
Postado por Equipe Innovare em Innovare

Uma pesquisa  feita  em Orlando, nos Estados Unidos, pelo Departamento de Empreendedorismo e Gestão (DEG) da Universidade Federal Fluminense (UFF), a partir de 2012, traçou o perfil dos pequenos empreendedores brasileiros na cidade e descobriu uma nova área de estudo: a internacionalização de pequenas empresas, além do envolvimento da internacionalização com o movimento de imigração de brasileiros. A pesquisa tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e será estendida a outras comunidades empresariais brasileiras estabelecidas no exterior.

O professor  Eduardo Picanço, um dos coordenadores do trabalho, disse que os dados apurados até agora levam a crer que, no caso dos brasileiros que vão para outros países, o que ocorre é uma internacionalização de empresários e não de negócios. Orlando foi escolhida pelo alto fluxo de turistas brasileiros, estimado em mais de 768 mil em 2013, de acordo com o Departamento de Comércio  dos Estados Unidos.  A isso se soma o número de negócios regulares de brasileiros na cidade, em torno de 500, incluindo salas comerciais e lojas. Computando as pessoas que trabalham em casa, os negócios podem passar de 1000.

Em sua maioria, os brasileiros que se estabeleceram em Orlando a partir da década de 1980 são pessoas que não eram empresárias no Brasil e tinham características de imigrante de viver o sonho americano, não o sonho empresarial. Já a maioria dos novos integrantes das comunidades brasileiras sai do país  empresário para continuar  o processo no exterior.

Em torno de 70% abriram uma empresa em uma área de negócio diferente da que trabalhavam no Brasil. Todos os outros responderam que deixaram o país porque não aguentavam mais a insegurança, má qualidade da educação, a corrupção. Um grupo menor disse estar indo fazer carreira nos Estados Unidos, enquanto outra parcela alegou opções pessoais, amigos e parentes que já moravam no país.

Segundo o professor da UFF, o estudo está levando para um caminho que considera inédito na linha das teorias sobre  empreendedorismo internacional. A generalização da pesquisa vai confirmar essa tese.  Concluída a etapa da pesquisa em Orlando, a meta agora é investigar as cidades de Miami e Pompano Beach, segunda maior colônia de brasileiros nos Estados Unidos, antes de seguir, em 2015, para Nova York, Los Angeles e Boston, que abrigam grandes comunidades oriundas do Brasil. Depois de concluída nos Estados Unidos,  a pesquisa será feita na Europa.

Outro dado coletado  confirma que a maioria das empresas brasileiras no exterior emprega brasileiros, o que acaba fortalecendo a colônia e gerando desenvolvimento econômico. Entretanto, existe o risco de a comunidade acabar ficando dependente dos turistas brasileiros.

O DEG-UFF está estudando a possibilidade de levar para Orlando, a partir de outubro próximo, um curso semipresencial de formação básica de técnica de gestão. O objetivo é atender aos empreendedores menos favorecidos, que ainda não têm loja própria, trabalham dentro de casa ou em parte da loja de um amigo.  O curso é gratuito, e se o projeto tiver sucesso, ele poderá ficar disponível para outros grupos de brasileiros organizados no exterior.

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