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A CONFIANÇA ENTRE AS PMES BRASILEIRAS

10-07-2015
Postado por admin em Innovare

O índice de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios no Brasil para o terceiro trimestre atingiu 57,4 pontos, uma queda de 0,5% quando comparado ao do segundo trimestre, de acordo com pesquisa do Insper/Santander. Com isso, o indicador atingiu o menor nível da série histórica. O Insper realizou 1.280 entrevistas telefônicas. A margem de erro da pesquisa é de 1,4 ponto porcentual, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O indicador mede a confiança do empresário de pequenos e médios negócios (com faturamento até R$ 80 milhões) na economia brasileira, e reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro econômico, do seu setor e do seu próprio negócio. Os entrevistados responderam questões obedecendo a uma escala de 0 a 100 pontos, onde 100 representa o nível máximo de confiança.

Na divisão por setores, a indústria teve o maior recuo, passando de 58,9 para 54,7 pontos. Nos serviços, houve queda de 58,4 para 57,8. O comércio foi o único com desempenho positivo, passando de 57 para 58.

Entre os seis tópicos sobre os quais os pequenos empresários foram questionados, três caíram, dois subiram e um ficou estável. O pior resultado foi em Investimentos (de 57,2 para 55,4 pontos), seguido de Empregados (de 54 para 52,5) e Desempenho da Economia (de 48,4 para 47,7). Já a expectativa para o Ramo de Atuação ficou estável em 60,9. E houve alta em Faturamento (de 63,6 para 65,1) e Lucro (de 62,2 para 62,8).

Na divisão por regiões geográficas, houve piora no Nordeste (de 59,8 para 57,9 pontos), Sul (de 56,7 para 55) e Norte (de 62 para 61,4), mas as perspectivas melhoraram para Sudeste (de 57 para 57,8) e Centro-Oeste (de 57,5 para 58,1). O Sudeste responde por 48% dos entrevistados, sendo que 54% do total nacional estão no comércio.

Segundo o professor do Insper Gino Olivares, o índice de confiança dos pequenos e médios empresários está em linha com o que é esperado para o desempenho do PIB este ano: queda no primeiro trimestre, resultado ainda pior no segundo, possível estabilização no terceiro e, com sorte, leve crescimento no quarto. “No terceiro trimestre o índice teve uma queda menor do que aquela registrada no trimestre anterior, o que poderia sugerir alguma estabilização, mas, infelizmente, essa potencial estabilização estaria ocorrendo num nível muito baixo”, comenta.

Ele aponta que a melhora nos itens Faturamento e Lucro pode ser resultado simplesmente do efeito da inflação, enquanto as quedas acentuadas em Investimentos e Empregados indicam que o processo de ajuste ainda não terminou. “Provavelmente o empresário terá de enxugar a folha de pagamento e reduzir ainda mais seus planos de investimento. Esperamos que mais para frente isso permita uma recuperação, mas o processo de ajuste doloroso socialmente ainda vai continuar”, afirma.

O pesquisador acrescenta que talvez as expectativas estivessem um pouco melhores se houvesse uma percepção mais clara sobre o caminho da economia brasileira após o ajuste fiscal e monetário que está sendo implementado pelo governo. “Há uma retração normal dos empresários diante das incertezas”. Segundo Olivares, mesmo com a possível estabilização no terceiro trimestre, não se espera uma forte recuperação da economia na sequência, ao contrário do que ocorreu durante a crise financeira mundial de 2009, quando as expectativas dos pequenos empresários caíram forte, mas se recuperaram rápido. “Naquela época havia um grau de liberdade para o governo aumentar gasto e baixar juros”, lembra.

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