A cena mais visualizada nas ruas, restaurantes, bares, ônibus, metrôs e até mesmo nas escolas é a de pessoas olhando fixamente para um pequeno aparelhinho. É só olhar para o lado e lá estão pessoas aos montes com os olhos mergulhados na pequena tela de vidro que carregam na palma de suas mãos. Algumas dessas pessoas parecem abduzidas, outras parecem estar em um mundo paralelo, elas riem e gesticulam como se estivessem em um alegre colóquio com seu amigo invisível. Uma ou outra dessas pessoas mexe os dedos sobre a tela com a destreza de um mágico. Casais em um jantar romântico abandonam os olhares apaixonados para pousá-los na pequena tela de seu smartphone, e ali ficam esquecidos por infindáveis minutos. Nada mais interessa a não ser o que está para além do alcance físico: o mundo virtual. A onipresença é a marca da geração conectada. O mais comum é viver o aqui e também o lá. Tudo que for menos que isso é angustiante.
Fadadas à dependência em relação às suas pequenas máquinas de comunicação, as pessoas abrem mão do mundo real para mergulharem em conversas à distância. Parece mais fácil interagir por meio da máquina que interagir fisicamente. O que o amigo à distância diz ou pode dizer é sempre mais urgente que qualquer outra atividade presente.
Essa dependência atroz em relação aos smartphones e à conectividade já é responsável pela maldição oculta do “medo de perder” ou “medo de ficar por fora”. Em inglês: FOMO – “fear of missing out”. Esse novo conceito explicita a preocupação que algumas pessoas manifestam em ter que permanecer 100% do tempo conectados. Elas se sentem inseguras quando estão sem conexão com a Internet e não suportam a ideia de perder sequer uma atividade postada ou comentada nas redes sociais das quais fazem parte. Os mais exagerados já estão garantindo que a conexão wi-fi ou a 3G/4G já ocupa para eles a base da pirâmide de Maslow: estar conectado seria mais importante que a satisfação das necessidades básicas.
Caso você tenha se identificado com essas descrições, verifique o quanto você é dependente do seu smartphone e da atualização dos status nas mídias sociais, faça este teste: http://www.ratemyfomo.com/.
Quanto mais alta for a sua necessidade de se manter conectado e de acompanhar as atualizações das mídias sociais, mais elevado será o seu risco de manusear seu smartphone em situações proibidas: enquanto dirige, enquanto está em uma reunião importante ou mesmo quando está dentro de um avião. Em resumo, quanto mais alta a sua necessidade de conexão, mais alto o medo de perder as atualizações dos amigos e maior a sua dependência em relação ao seu smartphone. Ainda que tal dependência não seja catalogada como uma nova síndrome, ela pode ser preocupante. Caso a sua presença online já se apresente maior que sua presença física na vida das pessoas, repense sua ligação com sua pequena tela de vidro mágico (como bem definiu Rafael Milagres). Programe seus mergulhos nas redes sociais e mantenha a disciplina do 4 X 15. 15min ao acordar, 15 na hora do almoço, 15 ao final do expediente e 15 antes de dormir. Ainda que disciplinadamente, você doará mais do seu tempo para seu smartphone que para sua ginástica. Fica a dica.
Margarete Schmidt, sócia da Innovare Pesquisa de Mercado e Opinião e gestora dos projetos qualitativos da empresa, é autora desse texto, exclusivo para o Blog da Innovare.
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