Os constantes acionamentos das usinas termelétricas para garantir a segurança do fornecimento de energia elétrica vêm apresentando reflexos no custo da tarifa de energia elétrica e um dos principais setores impactados tem sido o da alta tensão. Os aumentos chegam a 168%, segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia e Finanças (IBECON).
O levantamento avaliou o impacto do cenário atual, com um alto custo da geração, na modalidade tarifária em que o usuário cativo mais depende da concessionária: a tarifa de energia fora do horário de pico. Ao todo foram analisadas 31 concessionárias de energia com mercado atendido acima de 1TWh/ano, em todos os estados brasileiros, com base em documentos de domínio público e disponíveis no site da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
O horário de pico (mais crítico para o sistema) é o período de 3 (três) horas consecutivas, exceto sábados, domingos e feriados nacionais, definido pela concessionária em função das características de seu sistema elétrico. Em algumas modalidades tarifárias, nesse horário a demanda e o consumo de energia elétrica têm preços mais elevados. O horário fora de pico corresponde às demais 21 horas do dia.
No estudo, ao comparar a situação da tarifa de energia fora de ponta em 2013 e em 2014, conclui-se que hoje 81% das concessionárias analisadas (21 em 26) apresentam reajustes acumulados entre 2004 e 2014 superiores aos principais índices inflacionários do país, contra apenas 29% em 2013. O estudo destaca que a maior variação ocorreu para os usuários da CPFL Paulista cuja tarifa acumulou 168% de aumento contra 65% de variação do IGPM.
Esse cenário é reflexo dos reajustes homologados pela ANEEL até setembro de 2014 cujos índices da tarifa fora de ponta ficaram muito acima do IGPM e do IPCA, destacando os aumentos acima de 40% que ocorreram para 7 distribuidoras. A tarifa homologada é o valor máximo que a concessionária pode praticar.
O estudo também avaliou a composição da tarifa final, que é resultado da somatória de dois outros elementos: a tarifa do uso de sistema de distribuição (TUSD) e a tarifa de energia (TE), e novamente o impacto da energia fica evidenciado, já que no período analisado a TE foi o componente que apresentou reajuste acima dos indicadores de correção monetária para todas as concessionárias.
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