Blog

Temas atuais e infográficos exclusivos

INFORMAÇÃO + CONHECIMENTO

Compartilhe

O MEU JEITO E O SEU JEITO DE VER O MUNDO

19-08-2013
Postado por Margarete Schmidt em Comportamento

Somos guiados por modelos mentais que nada mais são do que o nosso modo particular de enxergar e de interpretar o mundo. Por meio deles, construímos nossos paradigmas de vida e assim alicerçamos todas as nossas ações. De forma sintética, pode-se dizer que nossos modelos mentais são abastecidos por quatro grandes fontes, o sistema nervoso, a linguagem, a história pessoal e a cultura. É na combinação dessas quatro fontes que alcançamos singularidade e algum sentimento de pertencimento a determinado grupo:

  • O sistema nervoso garante a absorção e o processamento do mundo real. A resposta fisiológica em alguns indivíduos é uma, em outros indivíduos ela é absolutamente díspar e em terceiros ela pode ser até mesmo reduzida.
  • a linguagem seria o segundo alimentador dos modelos mentais. É por meio dela que replicamos aquilo que percebemos, mas sempre de modo muito particular. Ninguém relata um acontecimento com a mesma intensidade de emoções que o outro.
  • a terceira fonte é a cultura, ela representa um traço coletivo que repete modelos compartilhados pelos grupos aos quais o indivíduo pertence: nação, família, religião, escola etc. Brasileiros são diferentes de japoneses e os Silva são o oposto da família Santos.
  • por último, tem-se a história pessoal: etnia, sexo, condição social, fenótipo dentre outros traços individuais que sustentam os modelos mentais.

Em suma, a partir do arcabouço composto por essas quatro fontes geradoras de seus modelos mentais é que os indivíduos guiam os seus padrões de relacionamento e de posicionamento no mundo. Assim, eles acabam evidenciando suas crenças, suas regras, suas ações, sua forma de ver e de viver o mundo. Por isso mesmo, não é incomum ocorrerem embates quando grupos com diferentes modelos mentais se encontram.

A falta de sintonia entre as percepções muito frequentemente prolifera ideias rígidas acerca do que é certo ou errado e daí surge o espaço para os conflitos, as incertezas, os preconceitos, as disputas e as animosidades. Para termos uma ideia de como isso ocorre, não precisamos imaginar uma conversa entre fundamentalistas islâmicos e mulheres feministas; nem mesmo entre defensores da bandeira gay e líderes evangélicos. Podemos simplesmente olhar para os diferentes setores existentes em uma empresa e ali compreenderemos o quanto os modelos mentais podem afastar as pessoas umas das outras. Por exemplo, imagine o pessoal de chão da fábrica e também o pessoal da comunicação. Basta um simples olhar para esses dois grupos para enxergarmos o quão distantes são os seus modelos mentais. Cada um deles considera o seu modo de agir e de pensar o mais correto e por isso aponta as diferenças existentes entre eles como se elas fossem um erro inaceitável.

Considerando que muito do nosso comportamento passa a ocorrer de forma mecânica, sendo guiado por essas teorias de vida chamadas de modelos mentais, é fácil saber que as diferenças sempre nos acompanharão e sempre nos perturbarão. Encarar as diferenças como um ganho e compreender que o pensamento divergente pode ser o passaporte para a quebra de algum de nossos paradigmas limitadores parece ser a grande conquista do homem adulto. O crescimento individual tende a ser inesgotável quando os diferentes modelos mentais são encarados com o devido respeito. Sair do script que forjamos para nós mesmos e praticar a aquiescência pode ser o melhor caminho.

Margarete Schmidt, sócia da Innovare Pesquisa de Mercado e Opinião e gestora dos projetos qualitativos da empresa, é autora desse texto, exclusivo para o Blog da Innovare.

Comentários:

Nuvem de Tags

Arquivo

Confira postagens antigas:

FEED

Cadastre seu e-mail e receba as postagens do blog