A crise institucional aberta a partir das manifestações de 15 de março é indiscutível e muito ameaçadora. Estão em jogo a estabilidade sociopolítica e a normalidade democrática do país. Em momentos como esses, é preciso um grande esforço para compreender e diagnosticar com clareza todos os componentes da crise e negociar com os diversos interlocutores do cenário político uma saída de curto prazo. O sistema político tem de sair minimamente vivo do conflito.
No entanto, o governo demostra não compreender, ou não querer compreender, o que está acontecendo. Ao rotular os participantes das manifestações de “coxinha”, “classe média alta” e “não eleitores de Dilma”, ele atribui uma cidadania de segunda classe a milhões de manifestantes. Em resposta, promete as mesmas promessas de 2013, reforma política e um pacote de leis anticorrupção. Não sabemos ainda, mas tudo indica que o tempo de espera já foi concedido pela população. Nada de diferente. Até o momento, somente um integrante do governo, Ricardo Berzoini, falou alguma coisa nova e relevante ao defender que o governo deveria estabelecer um novo modelo de comunicação com a população – em bom português, seria algo como falar a verdade e abandonar a estratégia do malabarismo publicitário de João Santana e seus assessores.
Por outro lado, a oposição parece igualmente perdida. Aécio Neves, na qualidade de principal liderança da oposição, concede, após as manifestações, uma entrevista que indica a sua incapacidade de pensar o Brasil deixando de lado o resultado das eleições de 2014. Espera-se mais de um Senador da República, aquele que obteve milhões e milhões de votos na última eleição presidencial. Faltou-lhe assumir, frente às câmeras, um compromisso com os princípios democráticos para com os manifestantes e a garantia dos princípios constitucionais e da normalidade democrática para o atual governo. Se assim o tivesse feito, teria saído mais fortalecido, um interlocutor capaz de fazer parte de um esforço de levar o país adiante na travessia dessa enorme crise político-institucional que se aprofunda.
O país precisa de uma liderança que hoje não existe. Depois das manifestações, percebemos ainda mais a ausência de um grande quadro político. Olhamos para o Congresso Nacional e vemos o Presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados sendo investigados pela operação Lava Jato. O governo, afundado em todo tipo de crise, com um baixíssimo nível de aprovação, com o partido envolvido no maior esquema de corrupção da nossa história e relutando em aceitar os recados das manifestações. A oposição, queiramos ou não, só atua motivada pelo passado recente, não aceitando o resultado das eleições, e o que é pior: sem compromissos com o que é melhor para o país.
Alguém sabe por onde anda Ulisses Guimarães?
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