Ana Clara Jardim é analista de pesquisa, bacharel em Ciências Sociais e Mestre em Demografia pela UFMG. Ela integra a área de Análise da Innovare Pesquisa.
No dia 7 de junho aconteceu a 19ª Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, maior palco deste evento. Ele conta com a participação de pessoas do movimento político LGBT, além de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes. Este ano, segundo os organizadores, aproximadamente 2 milhões de pessoas compareceram ao evento.
Com o título “Eu nasci assim, Eu cresci assim, Vou ser sempre assim: Respeitem- me”, o movimento toca nos temas da homo-lesbo-transfobia, discutidos intensamente principalmente a partir de 2006. Assim como em todos os anos, o tema traz à tona a discussão da sociedade sobre esse público. Através das redes sociais, os militantes, LGBTs e curiosos expõem suas experiências durante a Parada, com comentários (a favor, contra ou neutros) a respeito do evento e notícias.
Levando em consideração a grande repercussão dos comentários nas redes sociais, o Barômetro Innovare monitorou postagens no Twitter e Instagram entre os dias 10 e 15 de junho. Durante este período, as publicações foram feitas em sua maioria (48%) por homens, seguido por mulheres (40%) e imprensa (12%). Trazendo olhar para o interior destes 3 perfis, vemos a predominância dos comentários positivos em relação aos negativos, principalmente entre as mulheres e imprensa, onde a porcentagem ultrapassa os 60%.
Estatísticas indiretas sobre a comunidade LGBT corroboram com resultados do Barômetro. Nos estados onde existem a maior quantidade de comentários – em sua maioria de tom positivo – são aqueles onde tem-se a maior porcentagem de casamento homo afetivo (Sudeste 52%, sendo que somente o estado de São Paulo contribui com 80,2% segundo o IBGE).
Durante a parada deste ano, além do movimento em si, a manifestação de uma das participantes foi grande incentivadora de comentários, pois envolveu outro tema polêmico: religião. A partir dos dados coletados é possível verificar que os comentários de pessoas que não viram a manifestação como ofensiva à religião superaram somente em 5% as citações contra a atitude. Isto nos indica que os temas LGBT e religião estão distantes de se chegar a um consenso.
Este embate (religião e LGBT), como também é possível verificar pelo conteúdo dos posts, chega na esfera política, com posicionamento de políticos nas redes ou comentários a respeito de verba pública para este tipo de evento.
É possível também verificar que o grupo de simpatizantes (pessoas que não se declaram LGBT, mas simpatizam com a causa) ganha destaque tanto nos posts quanto na presença na Parada, sendo estes, celebridades ou não.
Por fim, é interessante perceber como as palavras chaves utilizadas na busca do Barômetro nos mostram os tons dos conteúdos postados. Quando o termo “parada gay” em qualquer combinação é buscado por nossa equipe, os comentários têm em sua maioria tons positivos (46%), comparado a 17% de tom negativo. No entanto, quando verificamos o uso do termo “parada LGBT” a situação muda drasticamente tendo porcentagens bem próximas um do outro, 14% para tom positivo e 13% para negativo. Os 10% restante foram com palavras chaves com uma quantidade muito pouco expressivas, mas de maneira geral de tom positivo.
Podemos afirmar, então, que o posicionamento a favor dos acontecimentos durante a parada foi predominante. Porém, o grupo discordante permanece firme e presente.
Confira abaixo o resultado do monitoramento:
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