A Lei Maria da Penha, criada com o objetivo de impedir que as mulheres sejam agredidas física e psicologicamente por seus (as) parceiros (as), completou 9 anos de existência neste ano. Seu nome é uma homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica durante o seu casamento. Segundo dados IPEA, esta lei reduziu em cerca de 10% a taxa de homicídio de mulheres dentro de suas residências. O debate acerca da importância desta lei passa por discussões já pautadas no movimento feminista, que almeja a igualdade entre os sexos por acreditar que vivemos em um mundo onde os homens têm vantagens sobre as mulheres. Como ambos os temas estão fortemente ligados, monitoramos a opinião pública sobre os mesmos.
Na última semana, entre os dias 14 a 18/08, o Barômetro Innovare percebeu que as discussões sobre esses temas se fizeram mais presentes nas redes sociais, mais precisamente no Twitter.
A maior parte das postagens analisadas no Twitter se mostrou favorável ao tema (60,4%). 23,3% das publicações se mostraram contra e 16,3% neutras. Percebemos que as mulheres (49,5%) falaram mais sobre o assunto do que os homens (40,5%), e também se posicionaram mais a favor do feminismo e da Lei Maria da Penha do que eles: 69,7% publicações femininas foram a favor e 20,6% contra (já as masculinas foram 50,4% favoráveis e 30,30% contrários ao tema). As publicações vindas de veículos midiáticos, no entanto, foram as que mais se mostraram a favor das temáticas: 72,4% positivas.
Os que se colocam a favor criticam quem fala que o movimento feminista, na verdade, é uma forma de vitimização das mulheres, e também afirmam que a sociedade e a mídia perpetuam o machismo, como um ciclo: a mídia se baseia na sociedade para exibir conteúdos que sejam interessantes para a mesma, que por sua vez se baseia nos estereótipos reforçados pela mídia para se espelhar.
Já os que se colocam contra o tema, argumentam que o feminismo e o machismo são extremos ideológicos, ou seja, enquanto o machismo oprime as mulheres, o feminismo oprime os homens. Afirmam, também, que as feministas exageram na condenação de atos homofóbicos, chegando às vezes a se colocarem como vítimas em situações aparentemente corriqueiras.
Muito também foi falado sobre as comemorações em várias cidades brasileiras do
aniversário da Lei Maria da Penha, e divulgações de debates sobre como a aplicação da mesma tem atuado no combate à violência contra as mulheres.
Veja alguns exemplos de postagens contra e a favor dos temas:
Os estados do Brasil que mais falaram sobre o tema foram majoritariamente da região sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já os estados com mais publicações favoráveis ao tema foram Mato Grosso e Tocantins, ambos com 100% de menções positivas. As publicações dos estados Amazonas, Piauí, Alagoas e Mato Grosso do Sul, por sua vez, foram 100% desfavoráveis ao tema.
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