Outro dia, amiga minha estava dirigindo rumo ao aeroporto, com marido ao lado e filha adolescente no banco de trás. A mãe seguiria viagem, pai e filha voltariam para BH.
“Mãe, pai, queria dizer a vocês que não sou mais virgem!” – dispara a princesinha, do fundo do carro. Assim, do nada. Aquela mesma criatura, que outro dia estava na cadeirinha, atada ao cinto de segurança, brincando com o bichinho de pelúcia, estava simplesmente comunicando que havia mudado de patamar.
Vá lá: a menina estava namorando há alguns meses, e a própria mãe tinha cumprido a sina da mãe moderna: levou a aspirante a adulta ao consultório médico, deu liberdade à menina para perguntar o que quisesse à médica e solicitou a esta que sedimentasse com palavras profissionais o mantra das mães responsáveis-sensíveis-atualizadas: maturidade, pílula, preservativo.
Foi pouco. Faltou ensinar à filha que não se tira, de maneira tão brusca, a fantasia das mães de estarem no controle de seus pimpolhos.
Do que são feitas as mães? Além da própria história de vida, as mães são um mundo de fantasias. Não é o caso de fazer-se um melodrama, mas, assim como as crianças têm o direito de acreditar em Papai Noel, as mães, com suas filhinhas, meio que brincam de bonecas.
Não estou falando em ser uma mãe estilo “cute-cute”, que trata a adolescente como se bebê ainda fosse. Porém, depois de tantos anos, de tanto cuidado com sua filhinha, de repente, assim, sem mais nem menos?
Mesmo quando levou sua filha à doutora, a mãe mantinha-se na ilusão do bom controle: era tão boa mãe, tão amiga da filha, estava cuidando para que nada de (hummm) errado, acontecesse à sua bonequinha… Não se sabe se algo de mal aconteceu, mas foi assustador, sim.
Notícias dessas, não se dão dessa maneira, de forma casual: “Mãe, comprei um jeans novo”; “fui muito bem na prova de matemática” e “bem, não sou mais virgem!”.
Pensem bem: não dá para um adulto deixar seu filho na porta da escola, dizer que colocou o lanchinho na merendeira e “ah, filho, antes que eu me esqueça de dizer, caso algum coleguinha toque no assunto, Papai Noel não existe, tá?”. É muito, não é?
Então, recado dado: atenção, geração @, tenha misericórdia de suas mães. Elas são fortalezas sim, mas também são um castelo de sonhos. Não vá desmoroná-las. Elas são um delicado equilíbrio entre a experiência que as autoriza a aconselhar, o amor demais, que se transforma em acolhida em qualquer situação, e o aprendizado. Ninguém aprende a ser mãe, senão sendo. E, se não se nasce sendo, constrói-se, sendo um pouquinho mais, todos os dias.
Dia a dia, aprendendo com os filhos a ser mãe.
*Anice Pennini é jornalista, mestranda em Comunicação Social – Interações Midiáticas pela PUC Minas e Analista Master na Innovare Pesquisa de Mercado e Opinião.
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