Se pararmos para pensar em quantas coisas diferentes vimos acontecer na produção e consumo de audiovisual no último ano, podemos falar para qualquer uma das pessoas que chama a indústria de falida ou parada no tempo que eles estão redondamente enganados. Sim, são novos formatos e propostas, mas não deixam de ser passos pra frente.
Vamos recapitular. Só nesse ano, vimos o Netflix mostrar ao que veio, produzindo seriados, mudando a forma de distribuição e zelando por conteúdo de entretenimento de qualidade. Tudo isso foi reconhecido pelo prêmio Emmy, da Academia de Artes e Ciências da Televisão, uma instituição um tanto careta. Vimos também o formato de vídeos curtos ganhar um destaque que nunca tínhamos visto antes, primeiro com o Vine – e até uma categoria especial no Tribeca Festival de Cinema – e depois com o Instagram, que já está roubando o mercado como fez com a fotografia. Quer mais? Vimos o YouTube chegar a um número agigantado de acessos, dizendo que a forma como o espectador consome audiovisual já mudou. E mudou mesmo.
Os reflexos dessas mudanças estão aparecendo por todos os lados. Vimos ainda mais recentemente o Google lançar o Chromecast e facilitar muito a conexão entre um dispositivo móvel ou computador pessoal à TV, permitindo que o conteúdo da até então segunda tela migrasse para a primeira. Vimos também o Twitter se unir à publicidade da TV e iniciar testes para ampliar a propagação do material produzido para uma plataforma que está, lentamente, perdendo importância.
Mais indícios das mudanças apareceram também essa semana, para comprovar pra gente que a programação tradicional não é mais suficiente. A Amazon, gigante varejista, está ampliando a produção da Amazon Studios, produtora de conteúdo. Depois de decidir por crowdsourcing quais seriam os cinco seriados – dentre 14 pilotos – seriam produzidos, eles querem desenvolver uma forma de avaliar projetos antes mesmo da produção do piloto.
Calma. Respira. As coisas estão mudando sim. E rápido. Mas porque esse texto se chama “Se cuida, YouTube.”? Presta atenção nessa notícia: no último dia 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, o Instagram registrou um número maior de exibição de vídeos que o YouTube. Pois é.
Claro que entendemos que o YouTube ainda é o maior canal para vídeos em dispositivos móveis – como faz questão de ressaltar a Flash Networks, que levantou os dados – e não deve perder essa posição tão cedo, se é que vai perder. Mas essa é uma informação importante, principalmente quando se leva em consideração a produção amadora e pessoal de vídeos, que foi justamente o que deu origem ao YouTube.
E o YouTube está, sim, se cuidando. Nosso amigo Google é esperto e certamente já entendeu isso que estamos vendo acontecer: anunciou, para o ano que vem, a abertura de um laboratório de criação de conteúdo para a sua plataforma, em Nova York. Será que estamos vendo o YouTube dando passos no caminho do conteúdo original? Eu acredito que sim, especialmente considerando os esforços recentes por conteúdo exclusivo, com transmissões ao vivo por streaming e semanas dedicadas a assuntos específicos, como a semana de humor e a semana geek.
Por fim, se você leu isso tudo e está pensando que nada disso está chegando ao Brasil, dá uma pesquisada aí num canalzinho chamado Porta dos Fundos e depois me fala se não tem coisas mudando por aqui também.
Vinícius Calijorne trabalha com conteúdo digital, é estudante de Cinema e Publicidade e é autor desse texto, exclusivo para o Blog da Innovare.
análise Aécio Neves barômetro barômetro innovare brasil comportamento comércio consumidor consumo cultura dados desenvolvimento digital dilma Dilma Rousseff economia eleições eleições 2014 em tela entretenimento estudo finanças governo infográfico innovare innovare pesquisa inovação internet levantamento manifestações mercado mercado de trabalho milton marques mobile palavrizar Pesquisa pesquisa de mercado pesquisa de opinião política pt redes sociais sustentabilidade tecnologia trabalho web
WP Cumulus Flash tag cloud by Roy Tanck requires Flash Player 9 or better.
Confira postagens antigas:
Cadastre seu e-mail e receba as postagens do blog