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VOCÊ ACREDITA EM PROPAGANDA SUBLIMINAR?

Você acredita em propaganda subliminar? Você é daquele tipo que teme ser convencido inconscientemente a consumir dado produto, a votar em determinado candidato ou mesmo a usar drogas ou cometer violência por ter sido estimulado pela propaganda subliminar? Esqueça os seus temores. Propaganda subliminar não tem poder de persuasão. Isso é fato.

A palavra subliminar foi cunhada para indicar algo que estaria abaixo do limiar da visão, da audição etc. A ciência revela que estímulos que não podem ser percebidos de maneira nenhuma são aqueles situados abaixo do limiar objetivo da percepção. Todavia, como cada ser humano é singular, as faixas desse limiar ainda não foram definidas. O que se sabe é que um estímulo abaixo da faixa limiar objetiva é um estímulo inexistente para o ser humano. Assim, para que uma imagem não seja percebida conscientemente, ela teria que ser exposta tão rapidamente que muito provavelmente não seria interpretada. Para um som ser subliminar, ele teria que estar tão abafado que não faria o tímpano vibrar e consequentemente não permitiria a retenção da informação.

Jim Vicary, considerado um pseudocientista, relatou uma primeira experiência subliminar em 1956, a qual teria sido registrada em um cinema de New Jersey. De acordo com Jim Vicary, ele teria projetado na tela, durante o filme “Picnic”, a uma velocidade 1/3.000 segundos, as frases ‘Eat Popcorn’ e ‘Drink Coke’. Segundo relatos de Jim Vicary, o experimento teria aumentado consideravelmente o consumo de coca-cola e de pipoca. Todavia, dado o fervor que o experimento causou e em decorrência de sucessivas tentativas infrutíferas de provar a eficácia da propaganda subliminar, o próprio Vicary teria confessado que o estudo “coma pipoca e beba coca-cola” seria uma farsa. Apesar da confissão, boa parte das pessoas do mundo seguiu temendo a propaganda subliminar e acreditando que a farsa de Vicary era verdadeira. Alguns desavisados ainda pioraram essa situação e passaram a julgar que toda propaganda que usa o estímulo figura e fundo vinha a ser subliminar. Em tempo, a alternância entre figura e fundo pode ser observada nas duas figuras abaixo. Note que em uma delas você tanto pode visualizar uma taça, quanto dois rostos. Na outra figura, você tanto pode visualizar uma jovem, quanto uma velha.

A Gestalt Theory utiliza-se do exemplo de figura e fundo para evidenciar que do todo (fundo) emerge uma parte (figura). Em resumo, não há nada de subliminar nisso, apenas percepção. Em um momento foca-se no fundo, em outro momento na figura. Um não existe sem o outro.

Outro exemplo amplamente conhecido revela-se na figura abaixo, ela é uma peça publicitária e também não nos traz nada de subliminar, muito embora seja assim interpretada por muitos.  Nessa figura, você pode ver as flores (em preto), ou pode ver a palavra SEX grafada em branco. Figura e fundo se alternam. Mas isso foi feito propositalmente para ser visto. Portanto, nada de subliminar por aqui.

Sabendo que a alternância figura e fundo não é exemplo de propaganda subliminar, voltemos ao assunto. Até hoje não existem provas de que a propaganda subliminar seja capaz de conduzir as pessoas a um dado pensamento ou ação. Nenhum experimento realizado provou que mensagens subliminares possuem poder sobre os indivíduos, e nem mesmo o experimento “pipoca com coca-cola” de Jim Vicary foi verdadeiro. Todavia, ainda assim, o mundo curvou-se à ideia e, hoje, o poder do subliminar é quase inquestionável. É claro que o som, a luz, as cores, a ambientação, o horário, a fome, a temperatura, tudo isso afeta o indivíduo. É evidente que uma música de suspense durante um filme tem a capacidade de elevar a tensão do indivíduo. Mas isso não é subliminar. É estímulo franco e explícito. Merchandising não é subliminar, é estímulo ambientado e evidente. Portanto, esqueça toda a crendice em torno do tema e saiba: estímulos subliminares são imperceptíveis. Por isso mesmo eles não são internalizados e em decorrência disso não provocam o ser humano. Caso a propaganda subliminar tivesse validade, já seríamos autômatos comandados por vozes inaudíveis. É isso que a ciência diz acerca do tema.

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