Uma pesquisa da Anistia Internacional mostrou que cidadãos brasileiros estão entre os que menos apoiam a vigilância das comunicações de internet e de telefonia móvel.
Das cerca de 1.000 pessoas ouvidas no Brasil, 80% se disseram contrárias à espionagem por parte dos Estados Unidos revelada por Edward Snowden, ex-agente da NSA. 65% também não aceitariam que o governo brasileiro fizesse esse monitoramento dentro do país e 56% não acham que o governo brasileiro deve interceptar comunicações de outros países.
Em todos os casos, os números colocam o Brasil entre os países mais contrários a esse tipo de ação. Só os alemães se opuseram mais ao monitoramento norte-americano (81%). No caso de monitoramento pelo próprio governo, os alemães e os espanhóis (69% e 67%) demonstraram rejeição maior que os brasileiros. Quanto à vigilânica sobre outros países, novamente os espanhóis (59%) e os suecos (57%) entenderam a comunicação.
A pesquisa ouviu cidadãos da Austrália, Brasil, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Filipinas, África do Sul, Espanha, Suécia e Estados Unidos. Ao todo, foram 15 mil entrevistados.
O país mais amigável com a espionagem norte-americana foi a França, mas a maioria dos entrevistados (56%) ainda rejeita a prática. A Anistia Internacional ressaltou que o estudo foi realizado após o ataque terrorista à publicação “Charlie Hebdo”.
Brasileiros também foram os que mais colocaram a responsabilidade da segurança nas comunicações sobre as empresas privadas. 78% dos entrevistados disseram que os dados devem ser protegidos de uma maneira que impeça o acesso do governo.
O monitoramento das comunicações de pessoas estrangeiras que vivem no país foi mais aceito em todos os países. No Brasil, 41% dos entrevistados disseram que o governo deve monitorar estrangeiros que vivem em terras brasileiras. Nos Estados Unidos, metade dos entrevistados concordou. Nas Filipinas, o número chegou a 56%. O país menos favorável à medida foi a Suécia, onde apenas 29% dos entrevistados concordou.
A maioria dos brasileiros (55%) também defendeu que qualquer atividade do governo para interceptar ou monitorar comunicações só pode ser feita mediante alguma autorização, seja ela judicial ou parlamentar, mas 39% dos entrevistados concordaram que, em alguns casos, o monitoramento precisa ser feito em segredo, sem qualquer fiscalização.
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