A falta de vagas no mercado de trabalho está levando os brasileiros a novas direções. Com a queda nos empregos formais, uma parcela dos brasileiros migrou para os serviços por conta própria, que geralmente são mais imprevisíveis e têm menor remuneração. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.
De acordo com o levantamento, entre março de 2014 e o mesmo mês deste ano, 868 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria, o que ampliou esta parcela da população para mais de 21 milhões de pessoas. Em contrapartida, 740 mil pessoas perderam a condição de empregados. Atualmente existem 46,1 milhões de trabalhadores no setor privado, com e sem carteira assinada. Com as quedas no trabalho formal, levantamentos mostram que há crescimento no volume de contração de dívidas e inadimplência no país.
Se não houvesse a substituição do emprego formal pelo serviço próprio, o índice de desemprego – que chegou a 7,9% em março -, teria chegado a 9,2%, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Entretanto, ao mesmo tempo que a situação do trabalho por conta própria gera instabilidade, ela contribuiu para que o saldo da população ocupada neste ano em relação a 2014 continuasse positivo: a taxa, comparada ao ano passado, teve crescimento de 0,8%.
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