Os atentados que acontecerem na última sexta-feira (13/11) em Paris não só chocaram o mundo, como colocaram em questão os conflitos entre as ideologias ocidentais e orientais. No dia seguinte, o Estado Islâmico (ISIS) se apresentou como responsável pelos acontecimentos, afirmando que foram detalhadamente planejados. O ISIS também foi responsável pelos atentados na capital francesa em Janeiro, e afirma querer construir um estado regido pelas leis islâmicas sunitas, dentro de um regime radical.
Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), a França foi o destino turístico mais visitado em 2013. Somada à sua representação como país de surgimento dos ideais laicos e libertários do mundo ocidental, os ataques do ISIS significaram repressão ao modo de vida e aos valores ocidentais. Porém, com questões históricas e atuais como a hegemonia europeia sob o mundo oriental, os interesses de potências ocidentais no petróleo do Oriente Médio e suas intervenções na Síria, opinião pública demonstra um viés mais amplo ao ser pró-muçulmanos, pró-ocidente, França ou Síria.
O Barômetro Innovare investigou, entre os dias 16 a 19/11, como os usuários manifestaram suas opiniões no Twitter em relação ao acontecido. Na classificação das postagens, consideramos como negativas as publicações que se mostraram contra o Estado Islâmico, e que apoiaram as intervenções e ataques na Síria como forma de detê-lo e fazer justiça às vítimas de Paris. Como positivas, as postagens que se solidarizam com as vítimas em Paris, mas condenam os ataques à Síria, afirmando que muitos inocentes irão morrer injustamente dessa forma, e que a violência só gerará mais violência (retaliações aos países ocidentais).
A maior parte das postagens foi analisada como negativas (62,3%), e mencionaram principalmente os ataques aéreos à Síria por parte da França e Rússia, citando também os reforços na segurança destes países e o andamento das investigações à procura dos terroristas. Já as publicações positivas (23,4%) criticaram a tanto a imprensa – por transmitir mais os ataques à França aos ataques à Síria – quanto os países ocidentais, afirmando que estes abasteceram o ISIS com a venda de armas e com interesses no petróleo na região do Oriente Médio.
As postagens de empresas representaram uma porcentagem muito pequena entre as classificadas, por isso não aparecem como existentes. As poucas coletadas foram totalmente negativas (100%). Os homens (47,4%) foram os que mais falaram sobre o assunto, e a maior parte das suas postagens foi classificada como negativa (56,6%). As mulheres (33,7%) se mostraram ainda menos favoráveis ao tema, com 62,5% de suas publicações classificadas como negativas, 22,5% como positivas e 13,5% como neutras. Os veículos de imprensa (18,6%), por sua vez, foram os que mais se posicionaram negativamente: 10,4% das suas postagens foram classificadas como negativas.
Entre os estados brasileiros, a região sudeste foi quem mais opinou sobre o tema: São Paulo (21,6%), Rio de Janeiro (17,6%) e Minas Gerais (11,9%) foram os três estados com mais postagens sobre os atentados em Paris. Bahia e Goiás, por sua vez, demonstraram serem os estados com mais publicações de cunho positivo (80% e 66,7%, respectivamente). Mato Grosso, Pernambuco, Piau e Tocantins são quatro dos nove estados que se mostraram totalmente (100%) negativos ao tema.
E você, o que achou do que está sendo falado nas redes sociais sobre os atentados em Paris?
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