É mais fácil desintegrar um átomo, ir à Lua, e até mesmo fabricar nanotecnologias (tão nano que mal conseguimos ver) do que acabar com a pobreza. De fato, a história da humanidade é marcada por tantas mudanças, que nem o Neandertal mais futurista poderia imaginar, e nem um oráculo grego sob as graças de Apolo poderia prever. Muitas coisas novas surgiram, enquanto várias outras desapareceram. Mas não a pobreza, esta é persistente! Tão persistente, que nos parece inevitável, um problema estrutural inerente às relações sociais.
Será que o combate à pobreza é tão difícil assim, ou simplesmente não tem sido um dos alvos prioritários dos nossos esforços científicos e tecnológicos, das nossas instituições públicas e privadas, e, até mesmo, um dos aspectos centrais nos entendimentos sociais de progresso?
Essa é uma daquelas perguntas difíceis de responder. Talvez a resposta de tal pergunta seja apresentada no Museu da Pobreza, quando esta finalmente acabar – oxalá que um dia acabe! Assim como o do Holocausto, o da Pobreza apresentará seus horrores para as gerações futuras. Nas palavras de Muhammad Yunus, laureado pelo Nobel da Paz, esse seria um museu onde as pessoas se perguntariam por que a pobreza continuou por tanto tempo na humanidade e como poucas pessoas podiam viver com tanto luxo, enquanto outras viviam na miséria.
Nesse museu haverá exemplos horripilantes. Um deles poderá ser o da Abigail, uma menina liberiana, órfã, que aos 10 anos dormia perto de uma locadora de vídeo. Dentro da loja, homens podiam alugar filmes e, fora dela, “alugar” a Abigail por uma noite. Ao visitarem o Museu e conhecerem várias histórias como a da Abigail, as gerações futuras concluirão que o meio no qual uma criança nascia determinava se ela vivia ou morria, se brincava de Barbie ou se fazia sexo em troca de um copo de água limpa.
Em uma das suas galerias, contudo, o Museu irá expor as formas como a humanidade conseguiu extinguir a pobreza. Provavelmente será uma explicação complexa, envolvendo mudanças nas agendas políticas, na participação dos cidadãos nos processos decisórios, nas diferentes formas de mobilização social, assim como o surgimento de modelos de negócio inovadores e a geração de tecnologias sociais transformadoras. Quem sabe essas diferentes soluções estarão rotuladas como “desenvolvimento sustentável”? Isso não temos como antecipar. O que é evidente é que tais soluções certamente estarão atreladas a uma forma diferenciada de progresso, uma forma que irá muito além da acumulação material.
Finalmente, o sentimento ao sair do Museu da Pobreza será muito distinto do convencional. Os museus geralmente inspiram fascinação (ou repulsa) diante do que a humanidade fez – seja para o bem, como no Louvre, ou para o mal, no Museu do Holocausto. No Museu da Pobreza, os visitantes reagirão ao que a sociedade não fez, à sua passividade. Lá se questionarão como é que tantas gerações, em todas as regiões do mundo, puderam ser ineptas (ou até mesmo coniventes) diante de tanto horror.
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