Muitos gestores pensam que podem fazer as mesmas coisas e do mesmo modo durante toda a sua vida. Ano após ano acreditam que seus métodos são indiscutíveis. Muitos sequer cogitam a possibilidade de repensar, de redesenhar ou de corrigir seu modelo de gerenciamento de negócios e de equipes. No afã de defenderem seu modus operandi, perdem talentos, clientes e até mesmo posições no mercado.
O que tais gestores não percebem é que para não integrarem o rol dos dinossauros, devem atentar para as mudanças econômicas, políticas, tecnológicas, de mercado e de relações de emprego. Mesmo que seja impossível acompanhar o ritmo dessas mudanças, é fundamental atentar para as tendências existentes.
Por exemplo, quando a gestão não pensa na importância da motivação das equipes, ela invariavelmente perde talentos. Mais que o ganha-pão, as relações de trabalho evoluíram para a busca pela valorização, pela possibilidade de crescimento, para a chance de participação e de parceria. Quando o gestor não encara a realidade humana de sua equipe, ele invariavelmente passa a sofrer revezes, pois, no atual cenário das relações de emprego, não há como administrar de modo autocrático. Em um mundo empresarial que mistura as gerações X, Y e Z, a coparticipação parece ser o segredo das equipes motivadas e felizes.
Quando o gestor compreende que a maior parte da vida de seus colaboradores é despendida dentro do ambiente da empresa, e quando ele consegue entender que tem o papel de reger o desempenho de sua equipe, que tem a obrigação de treiná-la, apoiá-la e corrigi-la de forma respeitosa e franca, nesse momento o gestor conquista o respeito e a admiração dos seus colaboradores. Consequentemente, ele garante que a equipe tenha como foco a conquista e o sucesso coletivos. Do contrário, quando o gestor é imperativo, quando age na surdina, quando ele controla o acesso à informação, quando tira tarefas de seus colaboradores sem que eles saibam e quando ele supõe que ao colaborador bastam o dever do desempenho e o benefício do salário, ah, nesse caso o fracasso da gestão pode ser acompanhado pelo calendário.
Hoje, o gestor que optar por abrir mão da coparticipação e da comunicação aberta estará inevitavelmente na contramão das novas relações de trabalho. O segredo dos bons treinadores está em fazer o time se reconhecer como um único e bom time. Criar um ambiente de trabalho em que as pessoas sintam-se livres e felizes deve ser a prioridade dos gestores de sucesso.
Margarete Schmidt, sócia da Innovare Pesquisa de Mercado e Opinião e gestora dos projetos qualitativos da empresa, é autora desse texto, exclusivo para o Blog da Innovare.
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