A geração de conhecimento e de novas opções tecnológicas é enraizada por diferentes premissas e entendimentos da natureza, carregando comprometimentos sociais, econômicos e políticos distintos. Em seu cerne encontram-se valores, interesses e as prioridades dos agentes envolvidos. É essencial questionar quem inova, por quais benefícios, por quais custos, e por quais meios. Da mesma forma, para a geração de conhecimento, questionar como a evidência é construída, quais são suas premissas, seus enquadramentos sociais e quais interesses estão sendo priorizados. Isso porque ciência e tecnologia não são necessariamente algo bom, nem significam progresso. Mesmo conhecimentos que são aparentemente completos e tecnologias altamente reconhecidas carregam implicações indeterminadas. Quando decisões são tomadas, alguns (poucos) interesses são priorizados, enquanto outros são relegados.
Essas concepções, contudo, vão em contramão ao senso comum, que descreve o progresso como o desdobrar de um caminho pré-ordenado. A priorização de determinadas trajetórias é geralmente apresentada como escolhas inevitáveis para uma corrida sem fim, cujo único objetivo é o crescimento econômico. Quem nunca ouviu que “não podemos parar o progresso”? Mas que progresso é esse? Para quem? Quais são as alternativas? Essas visões determinísticas ignoram, portanto, que as sociedades estão diante de caminhos múltiplos e igualmente viáveis para progresso.
O desenvolvimento sustentável deve ser visto neste contexto: um conceito que estimula a reflexividade sobre as direções que a humanidade tem perseguido. Esse conceito sugere que estamos seguindo certas trajetórias, mas que estas não são as únicas possibilidades viáveis e que elas não estão necessariamente satisfazendo os interesses sociais – pelo contrário, esses caminhos têm sido socialmente excludentes e ambientalmente degradantes – e que mudanças são necessárias tanto no comportamento social quanto nas trajetórias científicas e tecnológicas.
A ciência, a tecnologia e a inovação desempenham, dessa forma, um papel protagonista (e muitas vezes contraditório) nas transições para um desenvolvimento mais sustentável. Elas configuram, ao mesmo tempo:
1) fontes de ameaças ambientais, sociais e econômicas (tais como desastres nucleares e trajetórias tecnológicas intensas em carbono);
2) instrumentos para avaliar essas ameaças (já que o desenvolvimento científico foi responsável por revelar as diversas ameaças econômicas, sociais e ambientais, assim como por mensurá-las e indicar alternativas viáveis);
3) meios para mobilizar a sociedade rumo a novas direções (com a criação de ferramentas para mobilização, com destaque para tecnologias de informação);
4) fontes de esperança, para que possamos achar alternativas a um futuro indesejado (por meio de trajetórias tecnológicas mais sustentáveis, assim como alterações nos padrões de comportamento social).
Este blog será um espaço para discutir inovação para sustentabilidade, visando identificar alternativas que têm surgido recentemente e discutir suas motivações, interesses e prioridades. Serão apresentadas iniciativas ambientalmente responsáveis, socialmente inclusivas, politicamente deliberativas, economicamente rentáveis e culturalmente integradoras que podem contribuir para um mundo melhor. Além de iniciativas emergentes, serão destacados também os diversos entendimentos – sejam eles da academia, do governo, de organizações internacionais, de empresas e da sociedade civil – sobre inovação e o papel na transição para um desenvolvimento mais sustentável.
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