*Vinícius Calijorne trabalha com conteúdo digital, é estudante de Cinema e Publicidade e é autor desse texto, exclusivo para o Sem Escala.
Há uns dias estava dirigindo com uma amiga já atemporal no banco do carona. Cansado do disco que tocava há duas semanas, pedi a ela que trocasse. O álbum que começou a tocar começava com Don’t You (Forget About Me), do Simple Minds, que foi trilha sonora do – talvez – mais icônico filme jovem dos anos 80, Clube dos Cinco.
Como somos dois bobos, aumentamos o volume e começamos a cantar junto. Eu parei de reclamar do trânsito, ela parou de reclamar do frio do ar condicionado e começamos a discutir sobre como aquelas caronas do trabalho para casa deviam se tornar uma websérie. Acredito que fosse ser legal só para nós e pessoas muito próximas, mas é claro que fiquei pensando nisso e o meu grande questionamento foi: qual seria a música tema?
Não sei exatamente qual é o poder que a trilha sonora tem nos produtos audiovisuais, mas sei que ele existe e é bem grande. Além do seu valor na construção narrativa e no desenrolar dramático de um enredo, a música talvez seja um ponto de conexão: a partir daquela música, a narrativa que estamos assistindo se torna praticamente tangível. Aquela música nós podemos cantar junto. Daquela música, podemos fazer um cover. Podemos comprar aquele álbum, segurá-lo com as duas mãos e depois folhear o encarte enquanto o disco toca. Podemos aumentar o volume, fechar os olhos e imaginar que somos nós em um daqueles filmes que sempre sonhamos que fossem a nossa própria história, ou até os que tivemos certeza que eram a nossa história, roubada e transposta para a tela.
E aí, engraçado como a gente cria as próprias coincidências. Tava pensando em como ia falar, por aqui, sobre o Great Gatsby, filme do diretor Baz Luhrmann (Moulin Rouge, Romeu e Julieta) que tem todo um apelo visual que é característico do diretor, um elenco de peso e uma trilha sonora que está sendo mais discutida do que o próprio filme. Como queria falar sobre a trilha e o lançamento recente da faixa Over The Love (ouça aqui), da banda Florence + The Machine, esse episódio da música no carro foi o insight que precisava.
Para quem não sabe, The Great Gatsby é um romance de F. Scott Fitzfgerald, um dos mais importantes escritores norte-americanos do século XX. Não é a primeira adaptação cinematográfica da obra que conta a história de um veterano de guerra que se torna amigo do seu vizinho Jay Gatsby, que tinha como hábito promover grandes festas na sua mansão em Long Island. A obra é uma crítica ao sonho americano e à opulência dos ricos da época. A versão de Luhrmann abre o Festival de Cannes de 2013 e tem data de estréia no Brasil prevista para o próximo dia 07 de junho.
E qual é a da trilha sonora? Bom, desde o primeiro trailer, fomos apresentados a uma faixa de Florence Welch, o que já tinha gerado bons comentários. Depois, surgiu a notícia de que Beyoncé e Andre 3000 fariam versão de Back to Black, de Amy Winehouse, o que gerou mais comentários, dessa vez positivos e negativos. No último trailer fomos apresentados a mais uma música de Florence, ao cover de Beyoncé e também uma faixa da cantora Lana Del Rey.
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Depois do lançamento do último trailer, as discussões sobre a trilha do Great Gatsby aumentaram e existem vários rumores sobre quem mais participará da trilha do filme. Quem assina pelo departamento musical da produção é Craig Armstrong, responsável por trilhas de outros filmes de Luhrmann, como os dois já citados, e outros filmes nos quais a música se revela muito importante, como Ray, em homenagem a Ray Charles.
A divulgação das músicas, por um lado, aumenta a discussão sobre o filme e pode ser uma estratégia para fazer crescer a bilheteria. Por outro lado, e a conexão na hora do filme? Será que já conhecendo as músicas, o poder da trilha sonora não reduz? Não vai houver surpresa e conexão, mas o fim da expectativa, o que pode minar a tentativa de transformar a trilha do filme em ícone da cultura pop. Claro que as músicas que já apareceram, combinadas com o visual criado pelo diretor, prometem emocionar mesmo assim. E a produção ainda pode ter cartas na manga. Se tiver, eu quero ouvir.
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