Essa semana vou revelar que sou uma farsa. Por vezes falei sobre as inúmeras novas formas de assistir filmes, escutar músicas e ler livros. A resposta contemporânea é sempre digital. Sempre streaming. Sempre on demand. Sempre on the go. Mas, nesse caso, como ficam os românticos?
Não me entendam mal: sou um entusiasta dos meios e plataformas digitais e acho incrível que serviços como o Netflix e o Spotify estejam ganhando cada vez mais espaço. Assim como sou pró-tablets, Kindles e seus semelhantes. A cada sala de espera agradeço por poder carregar diversos tipos de entretenimento comigo aonde eu estiver.
Por outro lado, o romantismo não me deixa desapegar. Ontem estava trocando mensagens com uma grande amiga enquanto voltava da videolocadora e ela dissertava sobre sua insatisfação com a única locadora perto da casa dela, que colocara uma faixa de “passo o ponto.” E aí fiquei pensando em como será o futuro quando a crise das locadoras tomar conta e não pudermos mais buscar uns filmes depois do trabalho.
E não é só isso: estamos perto do fim da cópia física. Há quanto tempo você não compra um álbum de um artista e se irrita que aquelas garrinhas da caixa quebraram e o CD está sambando lá dentro? Há quanto tempo você não entra naquelas superlojas e fica procurando filmes, shows e cds, passando as caixinhas como se elas estivessem catalogadas somente para o seu prazer de ouvir o plec, plec, plec que uma faz ao bater na outra? E como vou fazer quando não puder entrar em uma livraria, abrir um livro aleatório numa página randômica e julgá-lo pelo primeiro parágrafo completo que encontrar? Confesso que essa última prática eu aprendi com a minha mãe, mas faço uso com frequência.
Pensando nisso tudo, cheguei a uma conclusão: só estarei completamente satisfeito com a migração para o digital quando ele for uma experiência imersiva. Proponho o desenvolvimento de um projeto, mas preciso da ajuda de engenheiros, desenvolvedores e designers: o que quero é uma grande holografia que se estabeleça na casa de cada usuário dessas plataformas digitais, simulando uma videolocadora, uma loja de cds ou uma livraria. Quero que, ao clicar no ícone do Netflix, minha sala se divida em corredores virtuais que terão todos os títulos, um ao lado do outro, para que eu possa escolher da mesma forma como faço hoje. Quero que a caixinha do DVD faça aquele estalo quando abre. Quero colocar para passar, ao invés de só apertar o play.
Quem topa o desafio? Se não for assim, como ficam os românticos?
*Vinícius Calijorne trabalha com conteúdo digital, é estudante de Cinema e Publicidade e é autor desse texto, exclusivo para o Sem Escala.
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