Você já deixou de seguir alguém por causa de posições políticas postadas em redes sociais? Este comportamento foi muito disseminado durante a época das últimas eleições presidenciais no Brasil, e foi acusado de promover uma polarização do conteúdo exibido a cada usuário – especialmente em redes sociais baseadas em algoritmos de relevância, como o Facebook.
Esse “filtro ideológico”, de acordo com estudiosos, poderia criar um ecossistema para cada usuário, mostrando a ele apenas conteúdos que se alinhassem às suas crenças políticas: uma pessoa com uma determinada orientação ideológica só veria artigos e postagens ligadas a estas posições. Essa segmentação excessiva, por sua vez, teria o poder de validar pontos de vista extremistas e valorizar conteúdos que, em outros contextos, pareceriam muito radicais.
Este fenômeno de polarização do discurso democrático, entretanto, foi rebatido pelo Facebook em um estudo publicado no jornal Science. Depois de analisar por seis meses 10,1 milhões de alguns dos usuários norte-americanos mais partidários, os cientistas de dados da rede social descobriram que as histórias nas redes de contatos das pessoas não estão vinculadas às suas preferências ideológicas.
De acordo com a publicação, em média 23% dos amigos dos usuários são filiados a partidos políticos opostos aos deles, e 29% dos conteúdos exibidos nos feeds de notícias apresentam histórias conflitantes com as ideologias de quem as lê.
Com as campanhas eleitorais norte-americanas se aproximando, a tendência é que a discussão sobre o que chega ou não aos feeds dos usuários das redes sociais de grande alcance, como o próprio Facebook, Instagram, WhatsApp – também controladas por Mark Zuckerberg – e Twitter, fique cada vez mais quente.
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