Em primeiro, lugar temos de admitir que aquilo a que o país assistiu na semifinal da Copa do Mundo, no jogo Brasil e Alemanha, não foi um jogo de futebol normal entre dois gigantes, mas uma pelada, do tipo “casados contra solteiros”.
Confesso a minha dupla perplexidade: uma em relação ao desastre futebolístico e a outra em relação às interpretações sobre as consequências, político-eleitorais, da primeira.
Não foi preciso esperar o apito final para que as redes sociais começassem a fervilhar: vídeos, piadas e, até mesmo, avaliações sobre o prejuízo para a imagem do governo e para a candidata Dilma. Foi o evento ao vivo mais comentado pelo Twitter – 580 mil tuítes por minuto. No mesmo dia, depois do apito final, e na manhã do dia seguinte, a grande imprensa e as redes se esforçaram para estabelecer, agora de forma mais sistemática, uma metáfora entre o desempenho da seleção e a situação do país, a avaliação do governo e seus reflexos na eleição presidencial.
A oposição erra, novamente, ao tentar fazer a transposição entre o desastre nos gramados, o país e o desempenho do governo. Mesmo com o silêncio pessoal dos principais candidatos da oposição, seus representantes não perdem tempo, apostam e difundem a certeza de que haverá uma contaminação do processo eleitoral pelo resultado de terça-feira passada.
Um dos conservadores de plantão chegou a criar uma síndrome dos vira-latas, que afeta o futebol e o país, em determinados momentos, e nos torna, mesmo que momentaneamente, uma coletividade de sem “raça”. Alguns comentaristas políticos, blogueiros e analistas teimam em continuar zombando da inteligência do cidadão e do eleitor.
Por outro lado, o governo, cria um duvidoso antídoto: “Dilma não estava em campo”, ou tenta avocar para si a defesa da realização do evento no Brasil — com a repetição da mensagem já desgastada nas redes de relacionamento: os “pessimistas” foram derrotados.
Dessa maneira, ambos os lados, governo e oposição, esperam ansiosamente a publicação de um novo resultado de pesquisa. É bom ressaltar que Dilma não cresceu na última pesquisa Data Folha, e os números são os mesmos obtidos pela última pesquisa do IBOPE, que é anterior ao início da Copa. Ao contrário do que muitos consideram, as intenções de voto desde o início da Copa do Mundo até as quartas de final desta não foram alteradas. Por outro lado, a imagem da Presidente, em relação ao tema “Copa do Mundo”, melhorou significativamente durante a realização do evento.
Para que haja analogia, é necessária a existência de elementos de semelhança entre as situações em questão. Posso estar enganado, mas futebol é futebol, política é política. Qualquer tipo de transposição entre futebol e política deve ser vista com cuidado, tanto pelo esforço da oposição quanto do governo. Em relação à Copa do Mundo, Dilma não será afetada pelo resultado da semifinal, mas poderá sê-lo ou não pela repercussão de como foram realizadas as obras e pela avaliação final do que foi o esforço do país para sediar o evento.
Seguimos adiante, assistindo ao governo e à oposição dando mostras definitivas de que não são capazes de compreender o Brasil, como nação ou como país.
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