Você está acompanhando aqui no Blog da Innovare uma série especial: ANALISANDO AS ELEIÇÕES 2014. Nosso consultor Milton Marques publica aqui suas análises sobre o cenário da disputa presidencial desse ano. Confira abaixo o terceiro texto dessa série e não se esqueça de se inscrever na barra à direita para não perder nenhuma postagem do Blog da Innovare!
Parece que, até o final da eleição, toda publicação de pesquisa eleitoral será seguida de polêmicas, debates e longas discussões sobre possíveis interpretações e as tendências do eleitorado.
Na publicação da última pesquisa Datafolha, os resultados gerais vieram acompanhados de uma análise do mercado eleitoral entre os eleitores que conhecem os três principais concorrentes à Presidência de República. Para se chegar a esse tipo de resultado, o procedimento realizado é o de reduzir a amostra e considerar somente uma subamostra. Estamos, assim, falando de somente 17% dos eleitores. Nesse grupo de eleitores, a eleição estaria empatada entre os três candidatos.
Esse tipo de leitura de resultados é possível e muito usual. Persegue-se a hipótese de que o crescimento do nível de conhecimento acerca do candidato aumenta também o volume de intenções de voto. Em muitas eleições, isso acontece; em tantas outras, não. Assim sendo, sozinha, essa análise de nada vale como estimador do crescimento ou não de uma candidatura.
Essas análises, em alguns casos, servem de consolo para candidatos que estão patinando em determinado patamar de intenção de votos e ainda não são conhecidos por boa parte dos eleitores. Como também consolam eleitores dos candidatos que estão em segundo ou terceiro lugar.
Os eleitores de renda e escolaridade mais alta, e os que gostam de política, são habitualmente aqueles que formam a sua intenção de voto com maior antecedência. Desse modo, existe um empate técnico em uma pequena parcela do eleitorado brasileiro. Nada garante que Aécio Neves e Eduardo Campos, quando se tornarem mais conhecidos, terão desempenhos semelhantes aos encontrados para esse grupo.
É sempre importante ler com atenção as observações e ponderações, geralmente constantes nas análises, sobre o alcance e a natureza de cada resultado. Caso contrário, e, levando às últimas consequências, pode-se considerar como melhor candidato um “nanico” que é conhecido por quase ninguém e aparece nas pesquisas com 2% de intenção de voto.
Como já indicamos em outras publicações neste blog, até a eleição, ainda existe uma eternidade. Não faltarão, no percurso até as eleições, análises e interpretações que devem ser lidas com o devido cuidado.
Próxima pergunta: as constantes publicações de escândalos envolvendo membro do PT podem comprometer a candidatura Dilma?
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